quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Frutos da Árvore da Vida


Geralmente, pessoas de bem são criadas acreditando nos benefícios de serem frutos do Grande Criador.
Algumas vezes, com o passar do tempo, algumas dessas pessoas questionam se o Grande Criador é aquela Entidade Superior, que entre outras coisas, cria a dor...
Sendo a dor, algo que, quase sempre se evita como se fosse o próprio Mal, pode ser pertinente perguntar:
Se o Grande Criador  cria a dor, o Bem inclui o Mal ou dele não consegue se separar?
Impreterivelmente, se formos todos frutos desse Grande Criador, esse questionamento nos cria dor? 
Curtir e/ou compartilhar tal questionamento cria dor ou ajuda a dissipá-la? 


domingo, 4 de novembro de 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nas ruas e encruzilhadas de Salvador


Em sua última aparição pública, no Programa de Hebe Camargo, o historiador Eric Hobsbawm, revelou que a criação icônica de Miguel Cordeiro, Faustino,  é um filho secular de Fausto, na versão clássica de Goethe. O historiador egípcio chegou a essa conclusão após analisar alguns manuscritos não publicados de Goethe,  e entender que um pacto supremo com Mefistófeles só poderia ser levado à cabo nas ruas e encruzilhadas da Cidade de Salvador.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Rock and Roll não exige diploma, mas não é para todos!



Dizem que o Rock and Roll morreu, talvez seja verdade, mas perdura a ideia de que o R & R seja mais do que música, seja um estilo de vida. Ok, tem sentido, mas esse estilo de vida não é uma franquia que se acessa simplesmente a partir de um patamar de relativo sucesso. Tai o caso dos garotos da banda New Hit. Acusados de estupro, os caras da banda foram encaminhados pra um presídio como consequência de um estilo de vida no qual a falta de limites foi incorporada como bônus do relativo sucesso – e quem sabe como patamar para um suposto sucesso absoluto, lembrando que a galera da Bronkka, recentemente se envolveu em episódio de menor impacto, mas que guarda semelhanças no quesito quebra de limites.
Bom, antes de qualquer coisa, vale lembrar que quando o Rock and Roll surgiu, alguns músicos chegaram a ser acusados de satanismo e houve quem investisse na possibilidade. Mas a quebra de padrões sociais de comportamento ligados ao estilo estava configurada em outro modelo de cultura de massa. Nos anos 50/60 do século passado ser rocker era assumir uma postura política de oposição a um discurso estabelecido. Chuck Berry foi parar na cadeia por transar com uma adolescente ( ele foi condenado a 5 anos de prisão), mas deve ser ressaltado que esta última era uma adolescente branca num período no qual brancos e negros não deitavam na mesma cama – pelo menos não de forma que chegasse ao conhecimento público. Jerry Lee Lewis (primo de um futuro telepastor protestante, Jimmy Swaggart, que no auge da popularidade em 1988 foi flagrado com garotas de programa em um motel) viu sua carreira despencar depois que foi amplamente divulgado que ele estava num envolvimento sério com uma prima adolescente. Numa trama nelsonrodriguiana, a mídia não poderia deixar o “escândalo” passar em branco, pois naquele momento histórico o Rock and Roll ameaçava a estabilidade do sistema com suas transgressões de comportamento. Se hoje esses casos podem ser vistos como casos de pedofilia, seria anacrônismo julgar tais artistas como pedófilos, pois nos anos 1950 esse padrão de relacionamento etário era resquício da cultura na qual os relacionamentos eram verticalizados, em função das demandas do gênero masculino.
Hoje o cenário das relações é mais horizontalizado, pelo menos em tese, e quando os músicos da New Hit (hit pode ser traduzido como sucesso, mas também pode ser traduzido como porrada) são publicamente acusado de estupro – 9X2 num banheiro de ônibus não é simplesmente estupro, é curra! – não se deve fazer uma leitura de choque cultural, quebra de padrões tradicionalmente impostos, se deve perspectivar a falta de limites de pessoas despreparadas pra encarar seus 15 minutos de fama.  Se os caras da banda estão em busca de sucesso ou de porrada, só o futuro dirá, mas é incontestável que deitar e rolar, curtir um estilo de vida rocker exige mais do que um empresário esperto, exige saber que o mundo não é um mero parque de diversões, é um circo que pode pegar fogo se os palhaços começarem a rir da própria plateia. 


sábado, 25 de agosto de 2012

Cara a Cara com o Facebook


Todo livro tem uma face externa e uma face interna
Mas o livro sem face a face com o suposto autor
tentou me capturar numa linha do tempo 
Só que meu tempo não corre em linhas,         corre em curvas, espirais e elipses
Meu presente não acaba amanhã, 
é um presente contínuo e sinuoso  
desde o nascimento até a morte
Esta é minha face,
face que não cabe num livro,
principalmente num livro do qual não sou autor
                                


sábado, 4 de agosto de 2012

Olimpíadas X Julgamento do Mensalão


Está rolando um jogo de difícil prognóstico, inicialmente em função do time favorito não ser o que joga mais bonito, busca o fair play ou tem uma aplicação tática que demonstra um coletivo unificado. O time favorito também não tem a maior torcida. Esse time é aquele que tem poder para ressignificar as regras do jogo de acordo com suas necessidades e desejos. Tal time sabe até perder quando isso é preciso, e muitas vezes o é. Seus gols são comemorados diante das câmeras, porém são comemorados muitos mais nos vestiários, melhor dizendo, nos bastidores.
Por outro lado, ao time antagonista, quase sempre está reservado o papel de cumprir a profecia de ser apenas um contraponto, uma referência. Mais é aí que o prognóstico do jogo pode se tornar amplamente imprevisível. Se o erro que a equipe antagonista comete é sentido menos como uma “falha por suas deficiências” do que como uma circunstância, consequência de específicas configurações da dinâmica de um jogo, a pressão psicológica sobre esse último time acaba sendo menor que sobre o primeiro. Menor na medida em que configurações são mais passíveis de mudança do que a chamada “natureza humana”. Nesse último caso a mudança é mais difícil - apesar da Indústria de fármacos psiquiátricos investir no contrário.
O que falta para viabilizar que a mudança deixe de ser uma mera possibilidade é que a maioria dos jogadores do time antagonista saiba dessa possibilidade, percebendo que se o ataque é a melhor defesa, recuar a bola e recomeçar a jogada pode ser o princípio de um contra-ataque letal. O grande gol é entender que as Olimpíadas e o Julgamento do Mensalão não  configuram um jogo entre dois times, mas duas faces de um único time defendendo e atacando. Essa é a cultura política no jogo da vida. Entender que a estratégia de ataque dominante nesse jogo se dá quando o time que faz uma leitura mais rigorosa das regras desse jogo se habilita a cavar os pênaltis com mais eficiência e a fazer gols com as mãos de acordo com sua leitura das regras. Cada vez mais, o time que não entrar em campo  ciente disso vai acabar fazendo que o prognóstico do jogo seja difícil, mas esperado.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sangue bom, sangue mau


De acordo com o processo civilizador
O RH negativo
é doador universal
cultura de salvação
algo nobre.
De acordo com o processo civilizador
Recursos Humanos negativos
são receptores universais
DNA da corrupção
algo esnobe.


domingo, 17 de junho de 2012

A revolução e suas armas

Há uma postagem circulando no Facebook com os dizeres: “A revolução não será televisionada.”  Por tabela, isso parece indicar que a revolução será “facebookada” na medida em que atualmente o FB é a ferramenta de maior representação das redes sociais – em números sua “população” só perde pra população da Índia e da China. Sim, com certeza há mais interatividade no FB do que na relação controle remoto na mão/TV. Entretanto,  maior interatividade não significa necessariamente que as relações de poder (ou se preferirem, as relações entre os humanos) foram redimensionadas.
Não é difícil perceber que muitos usuários continuam se colocando diante - ou dentro – do FB como o fariam diante de um televisor, reproduzindo automaticamente valores e posturas pouco revolucionárias. O uso das ferramentas curtir, comentar e compartilhar exemplifica bem a questão. Necessariamente, o que se curte, comenta ou compartilha não é aquilo que mais ressigificou uma leitura da realidade cotidiana ou balançou uma emoção cristalizada. Muito mais do que o que foi postado, vai depender de quem postou, da empatia para com essa pessoa, ou para com a “entidade” por trás de muitas citações, (tantas vezes falsas) que são postadas. Alguém com certo carisma entre seus “amigos facebookianos”, vai ser curtido, comentado e mesmo compartilhado, simplesmente quando posta que acordou com o pé esquerdo ou que viu certo filme – mesmo sem fazer nenhum comentário mais esclarecedor sobre tal película.
Assuntos polêmicos podem gerar o efeito contrário. Não faz muito tempo que postei um texto, O DNA da fé, no qual faço minha leitura sobre a gênese da religião me posicionando como um ateu de fé. Alguns interpretaram como se fosse uma tirada de onda com os religiosos, principalmente sendo um texto escrito por um baiano na Bahia – terra, onde dizem ser impossível não sustentar alguma postura religiosa. O resultado perceptível foi que alguns “amigos facebookianos” se afastaram. Vale lembrar que uma pesquisa realizada no país em 2009 pela Fundação Perseu Abramo indicou que as pessoas que mais são antipatizadas pelos brasileiros (por 39% destes) são os ateus.
Bem, se existe alguma revolução que usa o FB como arma essa revolução poderia ser menos auto defensiva – eu não tenho nenhum problema com meus amigos que sustentam suas crenças, agora, quando falo amigos não me refiro aos que solicitaram minha amizade (muitas vezes desconhecidos e que nunca enviaram nenhuma mensagem de reconhecimento) para quantificar a sensação de que são bem quistos e consecutivamente menos infelizes, me refiro aos que sabem que nessa viagem sem roteiro chamada vida  eu não  me preocupo em agradar gregos e baianos para ser curtido, comentado e compartilhado...
Revolução não se faz simplesmente por ter nas mãos ferramentas high ou low tech, revolução se faz com ideias que se tornam valores e a partir daí acoplam ferramentas, não o contrário. E se a partir desse texto meu número de “amigos facebookianos” diminuir, terei certeza que a suposta revolução está no caminho de quem caminha e não de quem impreterivelmente espera pela carona no bonde dos Zuckerbergs da hora...



segunda-feira, 28 de maio de 2012

O eterno retorno

Cerca de 2400 anos atrás, os gregos, não necessariamente usando os métodos espartanos, mudaram os caminhos do mundo ao buscar unificar costumes e valores  com o desígnio de uma República ideal - a luz encontrada pelos homens ao deixar a Caverna. Agora, mais uma vez os gregos estão mudando o curso da história desunificando, inicialmente, a suposta República da Europa na configuração de sua economia política – agora os homens percebem que a  escuridão também existe do lado de fora da Caverna.
Talvez Nietzsche chamasse essa guinada de “Eterno retorno”, talvez Alfred Newman (o filósofo imortalizado pela Revista Mad) chamasse de “A volta dos que não foram”, talvez não chamassem de nada e estejamos simplesmente vivendo o presente contínuo, inominável, no qual os dados ainda estão rolando e não se sabe quem pode se sentir vencedor ou perdedor, sob a luz ou em plenas trevas. Talvez a pretensão de desenhar uma república ideal mostre que os antigos gregos não eram tão realistas - ou pelo menos a interpretação platônica dos diálogos socráticos não  era tão iluminada. Talvez...


sábado, 26 de maio de 2012

domingo, 29 de abril de 2012

Eclipse Noturno

No  meio dessa noite eu acordei, levantei e fui até uma  estrela perdida  apagar sua luz que estava atrapalhando  a tranquilidade de meu sono...


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Arte em parte

Dizem que “todo artista tem de ir aonde o povo está”. Claro, mas de preferência, que seja  para tirar o povo de onde está e não para mantê-lo parado no mesmo lugar, como muitos dos chamados artistas têm feito. Assim como tem sido, fazem que o povo seja apenas massa de manobra e não massa crítica.
Esses artistas deixam de ser  - se é que algum dia foram – antenas da raça e passam a ser algemas das massas. De fato, esses artistas também estão parados no mesmo lugar, sua arte é apenas em p(arte). O que fazem é cultura da hora e não arte para além das horas. É o segundo que nunca passará do minuto. É o segundo que nunca chegará a ser o primeiro, independentemente de quem vende mais...


segunda-feira, 2 de abril de 2012

O DNA da fé

Deus existe? Claro!!! Ele é uma das criações mais antigas dos seres humanos. Já existia antes do domínio do fogo, da invenção da roda e do desenvolvimento da escrita. Digo isso como um ateu  convicto! Sem Deus os seres humanos teriam grande dificuldade para encarar seus medos e inseguranças. É assim até hoje, com viagens espaciais, computadores invencíveis no jogo de xadrez, transplantes de células-tronco e sexo virtual. O que isso significa? Talvez signifique que os humanos contemporâneos continuam convivendo com medos e inseguranças ancestrais, apenas travestidos pelas roupagens moldadas  de acordo com a cultura da hora.
Eis o processo civilizador! Eis sua capacidade para  transformar shopping centers em templos (levando em conta que os primeiros templos foram configurados em cavernas) e enchê-los de fieis que costumam ali depositar muito mais do que dízimos. E se um dia o fogo, a roda e a escrita parecerem obsoletos, não há dúvidas de que Deus continuará existindo, pois medos e inseguranças  não faltarão para dar sentido a tal existência. Eu como ateu convicto acredito nisso. Bote fé!!!


domingo, 1 de abril de 2012

Desconstruindo os ovos de Páscoa quando navegar é preciso, viver é impreciso...


O veículo  de prazeres piratas
segue navegando boca adentro
y vai derretendo
ao contato com a língua caliente y úmida
elevando-se ao céu
esculpido entre os dentes,
propiciando carícias pré y pós-liminares
à dona dos pequenos
y grandes sequiosos lábios...


Imagem: "Parafina, gravura em metal e chocolate"
Eneida Sanches


quarta-feira, 14 de março de 2012

14 de Março

 Dizem que o dia 14 de março é o dia da Poesia. Besteira, não acredito nisso não! Esse tipo de coisa não tem dia  nem hora. Na verdade, é coisa de quem tá além dos limites do Tempo. Você dedicaria um só dia pra poesia? Eu não, não mesmo. O + absurdo é que até já me chamaram de poeta. Eu?
  Poeta Não!
Não sou poeta
 às vezes triste,às vezes alegre
e quando não, minto
Não sei definir tristeza, nem alegria
apenas minto
fazendo de conta que sou poeta
Minto com classe, com pompa
minto na cara da verdade
com elegância, pois sou educado
mesmo sem ter lido o Livro
Disseram um dia
que eu seria político, advogado, profeta
mas como o emblema da palavra
não bastou  pra faze-la falar
  decidi calado
acordado me dizer  poeta,
pois não há verso longo
mais eloqüente que o silêncio curto
nem texto curto 
mais envolvente que o silêncio longo
Foi então que certa noite
eles  trouxeram o Livro
e lá estava escrito:
"todo artista é um canibal, todo poeta é um ladrão!”
Diante do silêncio, o barulho fez sentido
virei rebelde, virei travesso, virei pelo avesso
mas nem cheguei perto do efeito;
meu verso não soava direito
e pela sintaxe eu não tinha respeito,
só que o branco pede o preto
e  um fulano meio cego  me achou legal
e um sicrano meio surdo me achou bacana
“eu não entendo o que você fala,
nem discordo do que você diz,
mas é  porque em você
 fala o poeta do verniz!”
Entre  espelhos imodestos
senti repulsa pelo verso
 desenhado por  minhas mãos
e eles ainda juraram
 que tal sina era infinita,
 se a carreira eu abandonasse
 como  Poeta Maldito
 com sucesso me venderiam,
ou mesmo se dramaticamente
 eu me matasse
 aí romanticamente achariam
um poético suicídio
Em vez de eu virar poeta,
a mentira virou verdade
eu, um profeta sem legado
mas cadê a felicidade?
Minha vida 
um poema trágico se tornou
enquanto nem mesmo  cômico
                                          meu verso soou
Será Deus o verdadeiro poeta
e eu  fruto de sua imaginação?
Ou será o Diabo que escreve
através de minha mão?


Dia da poesia, que piada! Fala a verdade, você acredita mesmo nisso? Eu não!

   
Poesia Não!
Não me encontre no verbo 
claro,  preciso, fluente
onde as coisas estão
 parciais,  tranquilas, torpentes
 preciso de um golpe tenso
denso e obscuro no seu urgente
Não me enxergue no verso
 métrico,  alexandrino, coerente
onde estão as coisas
 óbvias, medianas, prudentes
demando um choque intenso
eterno no seu presente
Assim como  palavra de ordem 
faz barulho
o calar que consente
fala  mudo
pois se a mensagem cifrada
não é dita
a palavra falada
já foi escrita
Não me ache nesse texto 
normal,  direto, fraternal
necessito de um certo piso
 quente,  áspero,  contundente
as coisas estão onde 
não há quem as sustente
Não me perca nesse contexto
 plástico,  asséptico, transparente
pênaltis cavam-se em terrenos 
verdes, vivos, reluzentes 
as coisas onde estão 
tornam-se reticentes...
O telegrama fonado
é sempre falado
bem como o porta voz do estado
sorri calado 
Cem palavras-chaves
não abrem 1 porta,
pois o livro acabou 
em linhas tortas...



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

No Carnaval das exclusões



O Super-Homem anabolizado
viciou em krytonita,
A Mulher-Maravilha siliconada
trocou a invisibilidade
por visibilidade em horário nobre,
e agora?

Espelho meu
Globo seu
quem vai salvar
Salvador
da dor
de ser um presente
do pretérito?

A quarta-feira de cinzas já chegou
e quem tá atrás do Trio
ou dentro do Camarote Elétrico
nem notou...


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Presente pra Iemanjá no Ano do Dragão

fevereiro, dia 2
da cidade abriram as portas
e  no mar
jogaram as chaves...
 um Rio Vermelho de emoções
de volta trouxe o presente
plantado pelas mãos erradas
no mar, no asfalto, no lar
de volta numa maré de fogo
de volta numa onda corrente
 que não é pra todos...


domingo, 8 de janeiro de 2012

Perder uma piada é falta de amor ao próximo...

                        Um amigo me ligou:
                                "Minha mulher tá grávida!"
                                            Eu respondi:
                        "Parabéns! Já descobriu quem é o pai?"

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Politika


   

    Política. Essa é uma palavra que no sentido dominante acaba sendo associada à arte de transformar o impossível em um ato de fé, na maioria das vezes fé cega. Na cidade de Salvador essa arte chegou ao requinte de no arriar das cortinas do ano de 2011, mais precisamente no último dia de trabalho oficial, alguns vereadores aprovarem algumas modificações na LOUOS direcionada ao PPDU da Copa 2014 que beneficiariam o município em dose muito inferior ao que a boa fé nos representantes públicos pode supor. Entretanto, num efeito bumerangue, a arte de transformar o impossível em fé cega cegou esses próprios senhores ao ponto de acreditarem que poderiam levar o sol das praias do município para suas próprias praias físicas e fiscais. Pois bem, agora é aguardar pelo tsunami que tem potencial para ser tão marcante quanto às águas que afogam algumas cidades do sudeste do país nesse princípio de ano. A arte que sustenta a política dominante deveria se basear no ensinar a população a nadar contra as marés de dificuldades socioeconômicas ao invés de afogá-la num mar artificial de interesses a beira do qual os sobreviventes  vão tendo cerceados o direito de um lugar ao sol para secar... 


Homo Domesticu





Entre  roedores e felinos





minha sapiência traça os dias.









  Traça devorando as roupas-peles da existência...










...que insiste em resistir ao animal
   que ao seu umbigo devora...