quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Oração de amor ao próximo

Quem é vc q me lê e finge q não?
Quem vc pensa q é me julgando calado por dizer o q vc não consegue?
Quem é vc q me culpa por não temer q vc não me ame?


Vivendo e aprendendo

Nos tempos em q prestava conta dos meus atos para mim mesmo, vivia cheio de dívidas...



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Luz, câmera, ação!


Dois filmes q estão chamando a atenção no começo de 2013 são Django Livre e Lincoln.  Há muitos pontos entre os dois q podem ser linkados. Pra começar, ambos os títulos trazem os nomes dos personagens centrais, acontecem num período histórico próximo e sustentam a questão da escravidão como eixo – claro, além de serem blockbusters. Mas esses pontos os aproximam até certo limite, limite q não deve fazê-los serem interpretados com os mesmos referenciais.
Pra começar, Django Livre não deve ser interpretado pela perspectiva histórica, pois se assim for feito, muitos poderão ter dificuldades para adentrar no universo criado por Tarantino – como já aconteceu com Bastardos Inglórios, sobre o qual ouvi comentários  execrando-o já q:  “Hitler não morreu incinerado num cinema”.  Mas essa busca por referências históricas ainda acontece. Entretanto, se Django Livre não deve ser visto como uma aula de história há elementos históricos em suas entrelinhas.
Esses dias, ouvi um comentário de alguém incomodado com Jamie Fox – ator q interpreta Django - achando-o inexpressivo, apático para um escravo em busca de vingança e sendo assim, o ator correto para o papel seria... Will Smith! Claro q uma das questões mágicas do cinema, é permitir q o espectador projete na tela sua própria “viagem”, mas acreditar q a performance do ator está livre do dedo do diretor é outra coisa.  A postura de Fox na pele do personagem, durante quase todo o filme, é a de ser suporte para os personagens de C. Waltz, D. Johnson, L. De Caprio e S.L. Jackson q dominam as cenas nas quais estão presentes. O q isso pode indicar? Pode indicar alguém q durante boa parte de sua vida foi deixado em segundo plano, como era comum acontecer com os escravos, sem expressão protagonizante ou carismática.  O filme se chamar Django Livre não quer dizer q o personagem seja livre durante todo o filme, e isso só acontece na parte final, quando aí sim, ele se torna o protagonista.
Lincoln, pode e deve ser interpretado como um filme histórico. Se Django Livre acontece às vésperas da Guerra de Civil estadunidense, Lincoln, cujo homônimo  indiscutivelmente é o protagonista em todas as cenas, acontece durante a guerra. Um dos aspectos centrais do personagem principal – mais uma interpretação  hipnotizante de D.D. Lewis - reeleito para o seu segundo mandato como presidente, é a luta pela abolição.  Diferentemente do q vem sendo dito sobre a película, o objetivo central do Presidente Lincoln é reestabelecer a união da Nação e não a abolição. Isso não deve ser interpretado como usar a abolição apenas para reestabelecer a união, pois seu interesse  em torno da extinção da escravidão é legítimo, mas a Nação está acima dos homens.
 Sendo um filme de Spielberg, é curioso notar q quase não há ação, o q não é muito comum em sua obra. Talvez não se deva esperar um filme de ação quando o personagem central é um presidente, mas se lembrarmos q em 2012 foi exibido um filme chamado “Abraham Lincoln –  caçador de vampiros”,  na cabeça de alguns ou mesmo de muitos espectadores talvez ação  tenha sido o esperado. Não por acaso vi alguns espectadores saindo antes do fim, possivelmente por ser um longo filme com longos diálogos.  Já o filme de Tarantino está batendo recordes de público em relação aos filmes do diretor no país, a ponto de ter algumas versões dubladas, o q não é comum para um filme q não é infantil. A ação desse filme também difere dos  filmes anteriores de Tarantino em grande parte por ser trabalhada num roteiro mais linear – sim, não há histórias múltiplas nem diálogos enigmáticos – e concentrada em algumas cenas, não na maioria.
Por fim, não deixa de ser perceptível q ambos os filmes  estão em evidência no momento em q Obama começa seu segundo mandato. O q isso quer dizer? A realidade histórica é diferente da realidade fílmica, mas há interpenetrações e o  público nem sempre percebe a fronteira. Com certeza Obama não é Lincoln nem é um ex-escravo em busca de vingança, mas como os espectadores q assistiram ambos os filmes saem dos cinemas passam a encarar a realidade da reeleição de um presidente negro no chamado “pais mais poderoso do planeta”? Vão esperar  respostas nas políticas públicas estadunidenses? Vão esperar respostas na premiação do Oscar? E aqui no Brasil, vamos passar a entender as relações étnicas e raciais por um ângulo diferenciado? Ou será q vamos esperar a continuação de algum desses filmes pra saber?




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Panis et circencis

Nos últimos doze meses - pelo menos - tenho observado q as instituições q mais proliferam pela cidade de Salvador são as igrejas evangélicas (q obviedade) e o Subway. Difícil andar três quarteirões sem encontrar pelo menos uma destas. No condomínio no qual  resido - e q em tese deveria ser exclusivamente residencial - ao sair na noite de sábado foi no mínimo curioso observar uma Igreja Pentecostal no horário do culto dividindo parede com um bar, no qual rolava música ao vivo. Parei o carro pra observar o duelo do Pastor com o cantor pra quebrar a barreira dos decibéis. Se ficasse mais tempo observando com certeza veria alguém pegando uma cerveja de um lado e depois tomando um banho de descarrego do outro, ou quem sabe, vice-versa.                                                                          

No caso do Subway, é possível valorizar a quebra da hegemonia do McDonald's, entretanto, o risco de trocar o seis por meia dúzia não vai diminuir tanto assim a taxa de obesidade da população. A interatividade q "permite" aos consumidores a montagem de seus sanduíches, cria a ilusão de uma autonomia q os coloca no controle da situação. E isso os leva a comer sem culpa. Nesse contexto, entra ano, sai ano e continuamos na Era do Pão e circo...