sexta-feira, 13 de maio de 2016

A vida é uma reta sinuosa. A política são infinitas curvas que podem acabar numa reta.



E agora, que mulheres, negros, jovens, gays e trans terão menos representatividade oficial com a saída de campo do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, o que dirão os senhores brancos, ricos, supostamente heterossexuais e com terceiro grau completo quando perceberem que sem a legitimidade reconhecida das empoderadas minorias a sociedade será uma piada tecnoburocrática da qual só as grandes corporações multinacionais acharão graça? Eles devem achar muito engraçado  acompanharem tantos jovens negros, gays e trans serem mortos em número alarmante e naturalizado, e que a PEC das domésticas não seja conhecido pelas empregadas domésticas. E já nem acham graça no salário das mulheres porque isso não é exclusividade da cultura brasileira.

E agora, que os ministérios da Educação e da Cultura serão fu(n)didos,  o que dizem os artistas rancorosos que se queixavam que a Lei Rouanet só beneficiava os partidários do PT? E agora, que as igrejas se preparam para intervir até no STF, que a educação pública tenderá a ser um mero repasse de informações sem análise  crítica (além de correr o risco de ser privatizada), que as relações de trabalho serão precarizadas pela terceirização, que também o SUS pode ter alguns setores privatizados, que os transgênicos estão sendo liberados sem rótulos que os identifique, será que a galera que vai pras ruas se manifestar contra a corrupção vestindo camisa da CBF e sonha em morar em Miami está satisfeita? 

E agora que a corrupção acabou será que os bancos continuarão lucrando?
E agora? E aí, cidadão do bem? Ah, claro, você vai continuar calado pois seu silêncio é sinal de sabedoria...