terça-feira, 19 de agosto de 2014

Perguntas retóricas

Mais e mais perguntas sem perspectiva de  que sejam respondidas satisfatoriamente: na semana passada a Nestlé, que se propõe a ser  a detentora de grande parte do manancial de água potável do planeta, recolheu um lote da sua água São Lourenço em decorrência da proibição de sua venda por contaminação. Será que as pessoas vão parar de consumir tal água (pelo menos por um tempo) ou não vão olhar os produtos da Nestlé com outros olhos já que confiam na sua tradição? No último jogo entre Internacional X Grêmio em Porto Alegre alguns integrantes da torcida do Grêmio fizeram coro de "Fernandão morreu" em referência ao ídolo do time rival recentemente falecido num acidente de helicóptero. Essa atitude foi vaiada por grande parte da torcida do Inter, mas será que a moda de não respeitar sequer os mortos pegou irreversivelmente? Nos últimos dias a morte de um candidato a presidência em outro acidente aéreo também virou piada para alguns e qual é graça?
 E já que o assunto é morte,  o óbito do ator Robin Williams, de acordo com certo ponto de vista veiculado nas redes sociais, aconteceu em decorrência da fraqueza de alguém que sucumbiu ao mundo das drogas. Quem, especialista ou não no assunto, pode provar que isso aconteceu? Para além da morte física, muita gente que não apoiava o PT já está pensando em votar em Dilma com receio do fundamentalismo por trás da imagem opaca de Marina Silva. Será que a candidata petista e seus articuladores políticos já se arrependeram de tentarem se aproximar de Edir Macedo e similares, pois o voto evangélico agora já tem dono e o Partido dos Trabalhadores ficou embaraçado entre os eleitores mais críticos?
 Um crime com conotações raciais na cidade de Ferguson está fazendo os EUA reviverem os conflitos intensos que aconteceram em Los Angeles nos anos 90, mas será que isso serve de lição  para o restante do mundo compreender e responder às rasteiras relações de poder envolvendo a interação entre polícia e cidadãos? Amarildo no Rio de Janeiro e Geovane em Salvador foram vítimas de crimes perpetrados pela Polícia Militar e por que a reação da população local não passa de lamentos nas redes sociais? Alguns dizem que a violência da faixa de Gaza acontece em maior escala aqui no Brasil, mas com essa postura quase passiva da maioria dos cidadãos, quem apoia os sionistas e quem apoia os insurgentes? 
Deixa quieto! São apenas perguntas que não encontram respostas nem no consultório do Dr. Punk Freud nem no oráculo Google. Vamos continuar curtindo, comentando e compartilhando o reality show cotidiano pois entre uma e outra mensagem de autoajuda encontraremos a fórmula da felicidade...