quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Papai Noel distribui Coca-Cola aos sedentos!

Um Samurai
um cowboy 
um cangaceiro
um Jedi
Todos apontando suas armas na direção do mesmo inimigo:
A lei que só representa quem não respeita os excluídos!



quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Quem não tem um retrato como o de Dorian Gray tem mais é que sair do armário!


Na gaveta do armário entre cuecas desbotadas e meias furadas estão guardadas suas melhores ideias, pelo menos assim ele pensava. Ficam ali amortecidas entre bolas de naftalina e o ar abafado. Quem sabe, um dia, depois de sonhar com coisas que não compreendeu muito bem, ele acorde, abra aquela gaveta, vista uma cueca surrada, calce meias datadas e incorpore as ideias que podem fazê-lo ser percebido como um homem que parece ter nascido de novo e se sinta nos cascos para encarar o mundo? Quem sabe?


sábado, 21 de novembro de 2015

Sísifo mitou!

No mito de Sísifo
Sísifo deu
Sifudeu!


Livro sagrado

E foi quando o gemido ecoou:
na Kama ela é Sutra!


Diáspora

40 noites no deserto sem iluminação!
40 dias atravessando o Atlântico sem intenção!
Foram os navios negreiros em busca da mercadificação (da carne mais barata do mercado)!


Feliz aniversário!

Serenidade,
felicidade,
integridade,
quanta idade!


Igreja

Dízimo com quem andas
e dizimarei quem és!


Regras da vida

A boa exceção é aquela que prova que se a regra geralmente é uma porta que fecha, também pode apontar que a regra é uma porta que abre.




sábado, 14 de novembro de 2015

Além da imaginação

A humanidade como nós a imaginamos nunca existiu, ou se preferirem, nunca existirá, para além da nossa imaginação. Seja por questões de ganância (no caso do antigo Rio Doce, hoje azedo) seja por intolerância (como nos acontecimentos em Paris em janeiro e no dia de ontem), está claro que a humanidade não é como nos disseram que é. E como conviver com esse descompasso? Com certeza não deve ser de forma passiva, zapeando com o controle remoto na espera de que as autoridades "responsáveis" saibam o que fazer. Não saberão, apenas por serem autoridades, apenas por sustentarem suposta competência. É preciso usar a imaginação de modo politicamente inovador para gerar novas possibilidades de convívio tanto com humanos que sustentam hábitos diferentes, como com a Natureza, cansada de tanta exploração insustentável.


Nesse momento em que o sofrimento pode e deve abalar a fé nas instituições que regem o presente é preciso compreender que o fim da infância da Modernidade chegou, com alguns traumas acumulados. É preciso crescer, principalmente, aqueles que vivem na síndrome de Peter Pã, achando que o mundo é uma eterna festa na qual o papel central se limita a fazer selfie, curtir e compartilhar e de vez em quando lamentar que aconteceu uma tragédia. Tá na hora de sair da zona de conforto e superar a servidão voluntária, pois senão, só restará um luto aqui e uma depresssãozinha acolá. E por mais que os remédios tarja preta estejam ao alcance da mão, a dose nunca será suficiente para imaginar um novo amanhã que realmente seja novo.




segunda-feira, 26 de outubro de 2015

domingo, 25 de outubro de 2015

Sobre as matemáticas

Nem sempre o todo é maior que a soma das partes. Pode ser até menor. Por exemplo:
desmatar 
  é matar
  a mata!



sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Vida! Uma narrativa sem dono

A TV me liga mas a antena não capta nenhuma imagem.
O computador dá o start porém nenhum arquivo abre.
A internet me sinaliza mas não há informação disponível.
O celular me chama contudo não há linha.
Abro a janela mas o oxigênio não circula.
Destranco a porta todavia o lado de fora não entra.
Tiro a roupa mas a fantasia tá na pele.
Sento à mesa entretanto a comida não desce.
Deito na cama mas o sonhar acordado tá com insônia.

Tudo isso prova que estou vivo

e essa é minha herança
fortuna sem impostos
tragédia casada com a comédia.

Na memória do porvir

a ultima terapeuta diz:
"Viva a vida!
Trabalho, família e amizade
são a hora da verdade!",
mas o relógio insiste em marcar
sempre a mesma hora.



sábado, 26 de setembro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Geometria social

Toda reta tem suas curvas. Ivo Pitanguy, um dos maiores cirurgiões plásticos do mundo, certa vez declarou que nunca faria uma cirurgia plástica. Eis um desenho irretocável!



domingo, 23 de agosto de 2015

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Brasil 0 X 0 Brazil

O jogo está assim: 36 minutos do primeiro tempo. O assistente (vulgo bandeirinha) levantou sua ferramenta de trabalho assinalando o impedimento do lateral direito, Cunha, que mais uma vez partia agressivamente para o ataque, deixando seus marcadores no chão, aparentemente vítimas de cotoveladas. Imediatamente os outros jogadores do seu time foram para cima do auxiliar de arbitragem dizendo impropérios e ameaçando-o. O próprio Cunha atingiu o bandeirinha com uma cabeçada. Uma parte da torcida se tornou eufórica cantando vitória enquanto a outra vaiava e atirava objetos no campo. O juiz ficou confuso, sem saber se confirmava a  marcação de seu assistente ou não, pois Cunha já tinha um cartão amarelo. Resolveu assim, convocar todos os auxilares e enquanto a decisão não sai o jogo permanece travado. 


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Inércia em movimento!

Primeiro foi o bairro da Barra que gradativamente viu transeuntes e carros diminuírem o movimento depois de uma reforma estrutural sem o pleno aval dos moradores e comerciantes do território. O comércio quebrou e o lazer se tornou cinzento.  Agora são os shoppings de Salvador que passam pela desaceleração do movimento depois da cobrança do estacionamento, medida totalmente antipopular em momento de crise econômica. Isso atinge pouco quem tem muito dinheiro, mas emperra as demandas de quem tem apenas algum capital (financeiro e cultural) para movimentar e consumir. Mas e aqueles que não possuem dinheiro? Esses vivenciam outras questões ligadas ao movimento, em sentido contrário.
Frequentadores de áreas recentemente atingidas pelas chuvas no Taboão e nas Ladeiras da Montanha, da Preguiça e da Conceição tiveram que se movimentar para longe, pois muitos dos seus "abrigos" foram condenados e demolidos. E aqueles que moram debaixo de viadutos, viadutos que não correm risco de desabamento? Esses também estão tendo que se movimentar para outros lugares (quais???) pois a prefeitura começou a plantar cactos sob os viadutos do centro "nobre" da cidade. Sim, essa é uma nova estrategia "urbanística" para realizar higiene social travestida de resgate de áreas verdes  - talvez para substituir as árvores que foram derrubadas na Barra e algumas que poderão ser derrubadas nas já iniciadas reformas dos bairro do Rio Vermelho e de Itapuã.
Pelo que esses dados indicam muitas questões soteropolitanas estão sendo aglutinadas em torno do movimento - ah sim, 15 linhas de ônibus recentemente começaram a circular de madrugada, para alivio de quem não dispõe de carro. Mas será que  esses ônibus também servirão como abrigo ambulante para os sem teto e sem viaduto   até o raiar do dia? Enquanto essa dúvida permanece, resta saber quando vamos movimentar as ideias e os valores que nos imobilizam em torno de políticas públicas que favorecem a manutenção de uma certa minoria no cômodo imobilismo que seu status quo busca perpetuar. Nesse ínterim, seguimos acelerando com o freio de mão puxado!


sábado, 2 de maio de 2015

Quem disse que a sua última piada não teve graça?


O cara tatuou um código de barras na nuca e achou que nenhuma garota resistiria a isso. A garota foi pro bufê livre e passou a noite toda comendo os pratos com olhos pois na selfie ela seria a única da turma que não murcharia a barriga. A estudante evangélica jurou que nunca mente mas foi flagrada pescando na prova. O professor de Ética apontou que não adianta não roubar se ainda se sonha com o roubo, esquecendo que só dá aulas de Ética pois foi a única vaga que conseguiu depois de secar seu antecessor. A médica disse que devemos fazer tudo pelo bem-estar do paciente, mas não lembrou que recebe 20% de um laboratório farmacêutico para prescrever um medicamento que custa três vezes o valor do genérico. O filho do psicanalista liga para o pai e este ao ver o número no display atende durante uma sessão pois assim vai poder elaborar sua contratransferência com a paciente que lembra a mãe do filho único que ele suspeita que não é dele. O jogador de futebol agradece a Deus pelo gol decisivo, mas acredita que se o outro time fizer um gol e o goleador olhar para os céus com as mãos erguidas deve estar cultuando o Diabo. Vários jornalistas ao assistirem "A montanha dos sete abutres"  e perceberem que o protagonista, também jornalista, lê um cartaz na redação na qual trabalha onde está escrito que se deve dizer a verdade, têm uma crise de riso histérico.  A maioria dos leitores que passarem os olhos nesse texto vai pensar "isso é só uma ficção", esquecendo que em algum momento esteve intimamente próxima de uma ou mais personagens aqui descritos.
Agora, levante esse sorriso, vá lá fora e diga pra todo mundo que você está aqui apenas pra que eles não se esqueçam de quem são...

terça-feira, 7 de abril de 2015

Pedra Fundamental

No meio do caminho não tinha uma pedra,
no meio do caminho não tinha um meio,
no meio do caminho não tinha um fim,
no meio do caminho tinha um caminho...


sábado, 7 de março de 2015

o meio é a mensagem

Meia hora de espera
meio mundo por correr 
meia volta na esquina
meia suja pé esquerdo
meia furada pé direito
meio certo meio errado
meio cheio meio vazio
meia pista de manobra
meia vida por viver
meio Deus meio Diabo
meia  parte dessa história
o resto é com você!


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Notícias dos jornais de amanhã

1- Descendentes de Eva cobram o direito do (ab)uso de imagem à Apple por transformar  sua mordida em logomarca...


2 - O caso Beija-Flor/ Guiné Equatorial é um bom enredo para as escolas de samba rivais usarem no próximo carnaval, dependendo apenas do valor do patrocínio...

sábado, 31 de janeiro de 2015

Voo cego

Cinema um dia já foi algo muito próximo de uma religião. Entrar na sala escura, desligar do mundo lá fora e se jogar numa outra realidade na qual sua alma é possuída pelas almas das personagens que desfilam na tela. Hoje por alguns motivos isso se torna mais difícil de acontecer, como por exemplo, as salas de cinema de shopping cheias de gente mal educada que se comporta como se estivesse na sala de estar de sua casa não respeitando o silêncio do templo. Outro motivo é a tendência cada vez mais normatizada dos filmes tratarem as personagens com a superficialidade que lhes permite serem esquecidas no dia seguinte, para que outras tomem seus lugares e gerem mais renda aos estúdios. 
Poucas películas contemporâneas conseguem transportar os espectadores mais exigentes ao templo no qual esse modelo de transcendência é possível. Há algum tempo atrás isso aconteceu com "A Grande Beleza", mais recentemente com "Relatos Selvagens" e agora com "Birdman" - poderia incluir "Grande Hotel Budapeste", mas o ponto de ebulição dessa obra não se localiza nas personagens necessariamente, e sim na vertiginosa narrativa. Em Birdman, a personagem encarnada  por Michael Keaton  (Riggan) nos possibilita vivenciar o lado da fama que muitos fazem questão de fazer de conta que não existe, o lado no qual a crise de identidade parece sufocar o voo de qualquer ator deixando-o no limiar da decadência.
Para começar, é impossível não relacionar a personagem Birdman, que Riggan não quer mais encarnar nas telas, (exatamente por  lhe dar tamanha projeção quase não lhe possibilitando outros voos interpretativos) ao Batman vivido por Keaton e dirigido por Tim Burton que o transformou num astro mundialmente reconhecido - ressaltando que nesse caso Keaton não desistiu do papel do Homem-Morcego, foi o estúdio que quis transformar a franquia em algo menos sombrio e mais lucrativo, o que afastou tanto Keaton quanto Burton. 
Nas cenas iniciais de Birdman o drama vivido pela personagem Riggan  não deixa dúvidas que esse não é um filme para entreter e sim para fazer refletir sobre o sentido da vida, com seus altos e baixos, como se supõe que uma "verdadeira" religião deva fazer. O diretor Iñárritu leva a personagem Riggan  para um palco na Broadway, talvez respeitando o último pedido de um ator que se sente muito próximo da morte enquanto "força da natureza". Afinal não é no cinema mas sim no teatro que um ator pode sentir de perto as reações da plateia, se é que ele ainda pode fazê-la reagir. Conduzindo o filme com grandes planos sequência, Iñárritu permite que o espectador voe junto com Riggen eternamente em conflito com seu alter ego, Birdman, questionando o que é arte e o que é bem de consumo. Não por acaso já se comenta que a carreira de Michael Keaton está prestes a alçar novo voo, tendo recebido convite de Tim Burton para participar da continuação de Beetlejuice - Os fantasmas se divertem. Quem tiver asas que  as abra junto com a(s) personagem(ns) vivida(s) por Keaton e descubra se o céu é o limite.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Na encruzilhada





Entre uma conversão para a Liberdade e uma guinada para o Paraíso a esmagadora maioria segue em frente sem pestanejar.


Civilização e barbárie

Muito tem sido comentado - geralmente carregando no viés emocional, o que é compreensível -  sobre os últimos acontecimentos em Paris. No panorama mais amplo se foca os comentários na liberdade de expressão e/ou na intolerância fundamentalista, com recorte religioso. Ainda não foi escutada a voz dos atores protagonistas - e em casos desse porte quase nunca isso acontece. 
 Contudo, entre alguns veículos da imprensa francesa, foi ventilado que os dois suspeitos principais pretendem "morrer como mártires". Se for assim, há uma outra perspectiva em jogo. Mesmo que tornar-se mártir faça parte de uma perspectiva religiosa, já que os suspeitos não se tornaram mártires no ato acabando com as próprias vidas, podemos cogitar que suas sobrevidas fogem a obviedade da martirizarão de um homem-bomba, ou dos que protagonizaram o 11/09, por exemplo. Esses suspeitos estão usufruindo da espetacularização que  a sociedade ocidental está fazendo em torno do seu ato.   Talvez isso inflame mais ainda a população indignada que pede "suas cabeças" e no longo prazo, a extinção da barbárie de fundo fundamentalista, principalmente religioso.       
No frigir dos ovos, há uma imensa dificuldade - pra não dizer impossibilidade - em destruir a barbárie já que ela acompanha as sociedades desde sempre, mesmo as que se posicionam como civilizadas. Talvez seja possível e viável tentar estratégias para que a barbárie não ganhe proporções catastróficas, mas isso dependeria de diminuir as desigualdades sociais que permeiam diferentes culturas. Essa missão também não seria fácil, mas acaba sendo menos utópica do que a destruição da barbárie, já que esta, em grande medida, está ligada às diferenças de valores culturais para além das desigualdades, que as hiperdimensionam.
Passados esses instantes de luto em grande parte do Planeta, se deve analisar que por trás das liberdades, igualdades e fraternidades que permeiam o discurso republicano, as desigualdades apontam claramente que a civilização de uns não tem como ser solidamente construída apenas barbarizando os outros - e nesse sentido só o humor que gera reflexões serve como benção cotidiana para validar os valores ocidentalizados. É preciso levar em conta a própria barbárie dessa perspectiva centrada no próprio umbigo quase que exclusivamente, pois, de modo contrário continuaremos levando muito à sério uma piada desgastada pelo tempo, contada por um comediante que não aceita a própria decadência.