terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Gol contra!

Entre muitas questões polêmicas que rolam no campo cotidiano uma está na marca do pênalti. Há uma campanha em curso que objetiva marcar historicamente o basta, o limite, o fim à aceitação passiva da corrupção e da desigualdade social no país. Essa campanha é  chamada de “Não vai ter Copa”.  Ok, esse bordão pode ser uma simples metáfora, mas observando o entorno da campanha com atenção, mais uma vez, o futebol é confundido com o vilão da história quando muitos não entendem (ou não lhes é facilitado entender) que o futebol não gera corrupção, mas pode ser utilizado por ela, assim como a música, as telenovelas, a religião, o carnaval e a própria politica partidária também o podem.

É  preciso ressaltar que sendo um erro de estratégia política (que para uma minoria é um acerto econômico)  realizar a  Copa do Mundo em um país carente de investimento em vários setores sociais, da educação a saúde, passando pela mobilidade urbana, esse equívoco não é uma questão específica do esporte bretão mas sim da cultura política e econômica dominante. Daí a publicizar  que o futebol é sinônimo de alienação  e por isso deve ser boicotado se incorre em um erro de interpretação, levando a formulação de um falso problema. É como afirmar que se os alimentos estão contaminados por agrotóxicos e o ar está poluído por metais pesados, se deve boicotar o comer e o respirar ao invés de buscar os aspectos desencadeadores dessa dupla poluição para assim tentar administrá-los.

Os esportes fazem parte da cultura, responsabilizá-los pelas deficiências da estrutura cultural  só deixa claro que a miopia coletiva  não permite que se enxergue além das dúvidas, dúvidas estas que acabam funcionando como as grandes certezas.

domingo, 16 de fevereiro de 2014