sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Bonitinh@s, mas ordinári@s



Parafraseando Nelson Rodrigues, eu me sinto no direito de afirmar que se dissesse tudo que penso eu estaria preso. Ok, poderia não estar preso, mas essa reflexão aponta no sentido de deixar claro que viver numa suposta democracia não é sinônimo de dizer tudo que se pensa num exercício de liberdade, mas saber que não é proibido pensar e sentir de modo diferente da maioria. O ponto onde o laço pode virar um nó se encontra no momento em que alguns confundem as bolas e dizem qualquer coisa nas redes sociais gerando preconceitos, estigmas e desconforto em nome de uma pretensa liberdade de expressão. 
Como os seres humanos são intrinsecamente seres relacionais, saber atuar democraticamente é ter consciência de que na prática, certos dizeres são antidemocráticos, por mais que se tenha a liberdade teórica de dizê-los. E dialogando dialeticamente com o mestre acima citado, espero que a unanimidade que se interessar em ler esse texto não seja burra e possa entendê-lo.


Imagem: Strong Dream - Paul Klee, 1929