quinta-feira, 16 de julho de 2015

Inércia em movimento!

Primeiro foi o bairro da Barra que gradativamente viu transeuntes e carros diminuírem o movimento depois de uma reforma estrutural sem o pleno aval dos moradores e comerciantes do território. O comércio quebrou e o lazer se tornou cinzento.  Agora são os shoppings de Salvador que passam pela desaceleração do movimento depois da cobrança do estacionamento, medida totalmente antipopular em momento de crise econômica. Isso atinge pouco quem tem muito dinheiro, mas emperra as demandas de quem tem apenas algum capital (financeiro e cultural) para movimentar e consumir. Mas e aqueles que não possuem dinheiro? Esses vivenciam outras questões ligadas ao movimento, em sentido contrário.
Frequentadores de áreas recentemente atingidas pelas chuvas no Taboão e nas Ladeiras da Montanha, da Preguiça e da Conceição tiveram que se movimentar para longe, pois muitos dos seus "abrigos" foram condenados e demolidos. E aqueles que moram debaixo de viadutos, viadutos que não correm risco de desabamento? Esses também estão tendo que se movimentar para outros lugares (quais???) pois a prefeitura começou a plantar cactos sob os viadutos do centro "nobre" da cidade. Sim, essa é uma nova estrategia "urbanística" para realizar higiene social travestida de resgate de áreas verdes  - talvez para substituir as árvores que foram derrubadas na Barra e algumas que poderão ser derrubadas nas já iniciadas reformas dos bairro do Rio Vermelho e de Itapuã.
Pelo que esses dados indicam muitas questões soteropolitanas estão sendo aglutinadas em torno do movimento - ah sim, 15 linhas de ônibus recentemente começaram a circular de madrugada, para alivio de quem não dispõe de carro. Mas será que  esses ônibus também servirão como abrigo ambulante para os sem teto e sem viaduto   até o raiar do dia? Enquanto essa dúvida permanece, resta saber quando vamos movimentar as ideias e os valores que nos imobilizam em torno de políticas públicas que favorecem a manutenção de uma certa minoria no cômodo imobilismo que seu status quo busca perpetuar. Nesse ínterim, seguimos acelerando com o freio de mão puxado!


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