sábado, 22 de junho de 2013

Passe Livre

Passe livre! Sim, o passe livre deveria ser um passaporte incondicional q todo cidadão possui num Estado Democrático de Direito para garantir o q está posto na Constituição, seu direito de ir e vir. Ir e vir tanto no sentido simbólico - entre um valor e outro; seja valor religioso, valor de gênero, valor étnico,  valor de classe, valor etário, etc - quanto no sentido pragmático, garantindo assim, minimamente sua tão necessária mobilidade urbana.     

Na prática, sabemos q nenhum dos dois níveis de mobilidade está garantido e o sentido imediato imputado pelo/ao Movimento q se move pelas ruas de algumas cidades do país  é o sentido da mobilidade possível e necessária para disparar as outras duas, mobilidade q começou em grande parte com jovens universitários de classe média e chegou aos mais variados setores da população, alguns até então vistos como incompatíveis.  Nesse sentido,  seria ingênuo, tanto acreditar q as manifestações em curso se referem aos R$ 0.20, quanto achar q as possíveis soluções sejam efetivadas num curto prazo. Lembrando q tais manifestações apontam os dedos médios para a crise de representatividade político-social brasileira (e também global) durante, não por acaso, o período da Copa das Confederações, o governo deve renovar suas representações frente ao seus eleitores atuais e futuros por intermédio de reformas políticas-administrativas até o início da Copa do Mundo, pois esse é o ponto de chegada da atual  Copa. 

Se até lá tais reformas não surtirem efeito, todo esse projeto de governabilidade vai promover seu grande gol-contra, já q em doze meses o Passe Livre tende a se organizar  e programar objetivos construídos em forma de pauta de reivindicações,  pois nesse momento presente o objetivo foi muito mais desconstruir as bases de um sistema de representações falido. Para ambos os lados, basta lembrar q todo o investimento em estádios e infra-estrutura só será amplamente lucrativo se a próxima Copa for um êxito, a atual só tem potencial para gerar capital político, excetuando, claro,  os superfaturamentos q já foram amplamente divulgados. E nem é preciso dizer q os desdobramentos desse projeto, q se estende até as Olimpíadas, se tornarão uma operação de altíssimo risco.

Desse modo, o aviso está dado, as sementes foram bem plantadas,  mas q a população não espere colher frutos de imediato, de imediato só foi garantido q a mobilidade da cidadania construída em busca de seus direitos voltou  a correr pelas ruas do país entre postagens em redes sociais, balas de borracha e spray de pimenta.




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