O cara tatuou um código de barras na nuca e achou que nenhuma garota resistiria a isso. A garota foi pro bufê livre e passou a noite toda comendo os pratos com olhos pois na selfie ela seria a única da turma que não murcharia a barriga. A estudante evangélica jurou que nunca mente mas foi flagrada pescando na prova. O professor de Ética apontou que não adianta não roubar se ainda se sonha com o roubo, esquecendo que só dá aulas de Ética pois foi a única vaga que conseguiu depois de secar seu antecessor. A médica disse que devemos fazer tudo pelo bem-estar do paciente, mas não lembrou que recebe 20% de um laboratório farmacêutico para prescrever um medicamento que custa três vezes o valor do genérico. O filho do psicanalista liga para o pai e este ao ver o número no display atende durante uma sessão pois assim vai poder elaborar sua contratransferência com a paciente que lembra a mãe do filho único que ele suspeita que não é dele. O jogador de futebol agradece a Deus pelo gol decisivo, mas acredita que se o outro time fizer um gol e o goleador olhar para os céus com as mãos erguidas deve estar cultuando o Diabo. Vários jornalistas ao assistirem "A montanha dos sete abutres" e perceberem que o protagonista, também jornalista, lê um cartaz na redação na qual trabalha onde está escrito que se deve dizer a verdade, têm uma crise de riso histérico. A maioria dos leitores que passarem os olhos nesse texto vai pensar "isso é só uma ficção", esquecendo que em algum momento esteve intimamente próxima de uma ou mais personagens aqui descritos.
Agora, levante esse sorriso, vá lá fora e diga pra todo mundo que você está aqui apenas pra que eles não se esqueçam de quem são...