quarta-feira, 14 de março de 2012

Dia da poesia, que piada! Fala a verdade, você acredita mesmo nisso? Eu não!

   
Poesia Não!
Não me encontre no verbo 
claro,  preciso, fluente
onde as coisas estão
 parciais,  tranquilas, torpentes
 preciso de um golpe tenso
denso e obscuro no seu urgente
Não me enxergue no verso
 métrico,  alexandrino, coerente
onde estão as coisas
 óbvias, medianas, prudentes
demando um choque intenso
eterno no seu presente
Assim como  palavra de ordem 
faz barulho
o calar que consente
fala  mudo
pois se a mensagem cifrada
não é dita
a palavra falada
já foi escrita
Não me ache nesse texto 
normal,  direto, fraternal
necessito de um certo piso
 quente,  áspero,  contundente
as coisas estão onde 
não há quem as sustente
Não me perca nesse contexto
 plástico,  asséptico, transparente
pênaltis cavam-se em terrenos 
verdes, vivos, reluzentes 
as coisas onde estão 
tornam-se reticentes...
O telegrama fonado
é sempre falado
bem como o porta voz do estado
sorri calado 
Cem palavras-chaves
não abrem 1 porta,
pois o livro acabou 
em linhas tortas...



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